25.12.09

Ho Ho Ho

O título é clichê, a dona do blog também.

Natal sempre foi a época do ano de minha preferência, quando era criança.

Hoje eu gosto, como gosto do ano inteiro.

Acho que quanto menos nova vou ficando, mais sensível estou nessas datas que, de alguma forma, me envelhecem.

A cada ano percebo isso melhor no meu aniversário e no natal. E eles estão relativamente próximos.

Dizem que é a hora de fazer o balanço anual.

E eu vivo num mundo exposto que é só meu. Um lugar público que ninguém invade.

Só entra quem eu convido.

Percebi que gosto disso e que a opinião alheia é apenas a idéia dos outros.

Meus pensamentos continuam quase os mesmos. Minhas atitudes perante a vida e as pessoas, nem tanto.

Continuo enxergando o outro como uma extensão de mim mesma.

Continuo respeitando a natureza.

Continuo tentando melhorar.

Entendi que meu abraço pode não fazer bem a todo mundo.

Percebi que o abraço de qualquer pessoa, sempre me cai bem quando é sincero e desvinculado.

Vi que essa tal sinceridade que eu teimo em não conseguir esconder trava as pernas de muita gente.

Mas também tomei consciência de que muita coisa pode ser evitada quando a boca está fechada.

Melhorei em muitos aspectos, graças a Deus. Em outros, vou lidando como posso.

A consciência de querer mudar o que não está como eu gostaria, me causa certa agonia.

Mas o respeito ao meu tempo vai abrandando aquilo que de alguma forma me aflige.

Não quero mais que me cobrem a perfeição.

Já me chamaram de inatingível, de inalcançável, de fortaleza e já me disseram que essa minha ‘intocância’ precisa ser entendida.

Foi bem essa a palavra que usaram... intocância. Não sei o que significa.

Sempre exponho meus defeitos e inseguranças para alertar que os tenho mesmo.

E me orgulho de tê-los, porque sou humana. Melhor, me orgulho de enfrentá-los.

Quero mudar muita coisa ainda, inclusive o mundo e a mim mesma.

Dou um passo à frente e já não estou mais no mesmo lugar.

Dou um passo em qualquer direção, e o mundo inteiro já saiu da sua posição.

Gosto da ótica pela qual eu vejo a vida. Gosto do meu otimismo barato. Gosto de querer que tudo esteja bem, mesmo não precisando estar.

Gosto dos meus medos, certas horas. Eles me paralisam pro que eu não devo fazer e me dão energia pra ir em frente no que eu quero fazer.

Acho que as pessoas dramatizam demais, sim.

Acho que eu deveria fazer isso de vez em quando também... uso pouco esse recurso.

Sofreria menos se gritasse mais. Sofreria mais se não soubesse ficar quieta.

Respeito o limite alheio e quando o invado é porque não estou bem. De resto, só entro se me derem ousadia.

Quero desistências sem dor e finais harmoniosos. Prefiro a sensação de coisa natural, de macio, de ar puro. Adoro a leveza!

Tenho sentimentos desprezíveis de vez em quando. Me agrada conseguir dissipá-los com relativa facilidade.

Queria ver todo mundo sorrindo, mas não tenho esse poder. Então sorrio por mim e por muita gente.

Sou rabugenta em larga escala, mas ninguém leva minhas chatices a sério como deveriam ser levadas.

Sou um fracasso com um monte de coisa, mas aprendi a reconhecer meus sucessos também.

A notícia ruim que tive hoje me fez ver que a vida anda e que nem tudo é como a gente imagina.

A casa dos outros pode não ser como imaginamos. E nunca é, de fato.

Por ‘casa’ leia-se um monte de coisa, tipo relação, cabeça e até o lar mesmo.

Mas acho que isso eu já tinha aprendido antes.

Fico então com outra lição: quem tem problemas são os outros.

E que problema é só uma questão de perspectiva. É melhor ficar com o ensinamento!

Eu acredito no amor, seja ele como for.

Acredito na dor também e na sua real necessidade de existir.

Acredito no crescimento e na aprendizagem.

Eu acredito que a gentileza move o mundo.

Tentei, uma vez, me controlar pra não ser tão ‘simpática’. Já me odiaram por ser assim.

Mas isso está fora do meu controle. E nem acho que eu seja tanto.

Como também acho que o ódio só faz mal a quem o sente.

Acredito (mesmo!) que apenas tento ser gentil com as pessoas. Tento ser comigo também.

Ah sim, já fiquei irada, já senti raiva, já senti ódio. Por pouco tempo, ainda bem!

Mas foi tempo suficiente para saber que eles não me valeram de nada!

Tenho momentos egoístas, me faço histérica, quero quebrar a cara de alguém. Ainda bem que não é o meu normal.

Tenho fotos proibidas, cartas comprometedoras, pensamentos que teoricamente não deveria dividir com ninguém, por serem tão feios e até sórdidos às vezes.

Vi, em 2009, que isso tudo facilita o meu viver. Me aproxima do mundo, me aproxima de você. Me deixa a beira da normalidade típica.

Aprendi a não potencializar somente os meus defeitos. Descobri por mim mesma e por um monte de gente, muitas das minhas qualidades.

Não espero flores, eu dou flores. Minha dignidade é muito baixa (hehehehe) e eu prefiro que assim seja.

Tenho facilidade em passar por cima, mas só tenho equilíbrio no dia seguinte.

Preciso do meu tempo pra processar as coisas, e ele parece não ser tão longo quando olho as pessoas ao meu redor.

Só fico com as lembranças boas de tudo, dizem que isso machuca mais. Prefiro, pois assim tenho a certeza de que tudo valeu a pena. Que doa!

Às vezes perco o chão, e junto com ele vai o salto. Sorte que só uso rasteiras.

Eu sou cheia de defeitinhos chatos. Gostaria de ser uma filha melhor, uma irmã melhor, uma amiga melhor, uma cidadã melhor.

Deveria eu pensar se gostaria que todas essas pessoas e o mundo fossem melhores pra mim também?

Acho que tá tudo bem de lá pra cá e então mudo meu pensamento... gostaria que todos estivessem satisfeitos.

Gostaria que entendessem o que eu escrevo. Ou que me questionassem se não entendessem.

Gostaria de um monte de coisa. Gostaria de não comer carne.

Gostaria de saber o português correto.

Gostaria de não ter feito aquilo. Gostaria de não ter dito o que um dia disse.

Gostaria de não ter o pé gordo e feio pra tirar uma foto legal dele.

Gostaria de nunca ter tido espinhas na cara.

Gostaria de eliminar minhas gordurinhas laterais da cintura e meu suvaco gordo.

Gostaria de ter filhos gêmeos.

Gostaria de poder voar. Mas, mais??

Que ridícula essa insatisfação momentânea... Tsc.

Bobagens. Pura irresponsabilidade com a vida que me é tão generosa.

Gostaria de não ser ingrata de vez em quando. E peço perdão quando sou.

Gostaria que todo mundo não inventasse motivos pra descobrir infelicidades.

Gostaria que todo mundo percebesse que tudo é uma questão de tempo.

Me disseram que eu sou sonhadora. Talvez eu seja mesmo. E qual dos meus sonhos eu ainda não realizei?

Isso é o que importa pra mim. Realizo todos. Tudo ao seu tempo.

Não me orgulho quando me sinto inútil e indolente.

Não me orgulho quando perco a paciência, quando sou dona da verdade, quando brigo com minha mãe.

Não me orgulho quando crio dificuldades de resolver algo facilmente resolvível.

Não me orgulho quando sou cruel com as palavras sinceras e sem controle.

Não me orgulho quando dou risada de piadinhas de humor duvidoso.

Não me orgulho quando me firo nem quando forço minha natureza.

Não me orgulho quando caio na tentação da fofoca e nem no grupinho de vida pouco interessante.

Trabalho em cima de tudo isso, pode acreditar! Aí sim, me faz sentir orgulho.

Não quero o que é dos outros. Gosto das minhas conquistas, mesmo que sejam inspiradas em alguém.

Sou forte mesmo e nem queria ser tanto. Por causa disso pessoas fazem o que querem sem achar que vão machucar.

Sou fraca, e nem queria ser tanto. Por causa disso machuco pessoas por não conseguir dizer 'não'.

Fico arrasada quando não me ouvem, quando não se esforçam pra me compreender ou quando não respeitam meu dia ruim.

Sou pessoa, o que deveria ser o motivo maior para ser entendida e para entender.

Tenho desejos maiores. Tenho preguiça. Tenho cansaço. Tenho sono. Tenho felicidade em acordar também. Tenho disponibilidade com o outro na maioria do tempo.

Adoro ficar só, quando quero ficar só. Adoro ficar acompanhada, quando quero estar com alguém.

Adoro a companhia da pessoa certa pra cada ocasião. Adoro rever meus amigos que vejo pouco. Adoro ouvir.

Percebi, esse ano, que adoro ser ouvida também. Adoro arrumar meus pensamentos com quem os entende e não os julga.

Sou minha grande amiga e me dou conselhos legais quando parte de mim está bem e outra parte, nem tanto.

Tenho ciúmes de mim mesma, o que me prejudica em qualquer relação em que eu precise deixar de ser eu.

Tenho os melhores amigos que nunca me cobram aquilo que eu não posso e não quero dar.

Tenho também ao redor, aqueles que eu amo mas que não pensam duas vezes antes de me apontar o dedo.

Já se sentiram usados sem nada me oferecerem.

Já desisti de entender muita coisa.

Gosto de assumir a culpa onde não há culpados, só por ter a facilidade de deixar que tudo siga como antes da situação.

Gosto de falar 'foi mal' quando faço merda ou penso idiotices, e isso atinge alguém sem querer.

Gosto de abraçar para que qualquer palavra não mais precise ser dita.

Gosto de ter mil possibilidades e não querer escolher nenhuma.

Gosto do meu dinheiro e de usá-lo para minha alegria. Gosto de não gostar tanto de dinheiro.

Gosto do resultado do meu trabalho. Gosto de não querer pessoas gananciosas por perto. Gosto de decidir quem quero como amigo.

Gosto do que vejo quando me olho no espelho. Gosto da minha consciência.

Chorei mais que o normal esse ano. Ou não. Eu deveria chorar mais sempre.

Choro mais de emoção do que de dor, normalmente.

Mas, meus choros de dor foram todos compartilhados esse ano. Eu achei isso legal mesmo.

Aprendi a me vingar de todos que eu deixei que me fizessem mal por culpa exclusivamente minha... sabe como??? Vivendo bem!

Aprendi, elevando o pensamento, a me retratar do mal não intencional que eu possa ter feito ao outro.

Aprendi a me envergonhar, me arrepender, me perdoar, e não mais repetir o mal real e consciente de qualquer espécie que eu possa ter causado.

Aprendi a me deixar quieta quando estou de mau-humor. Aprendi a me respeitar quando não estiver sendo legal.

Aprendi a não acreditar em tudo o que o outro quer que eu acredite com sua atitudes, mas aprendi também a não contestar.

Aprendi que a melhor palavra pode ser a que não se dá e que o silêncio pode dizer muita coisa.

Aprendi a deixar pra lá tudo que eu não tenho forças pra resolver.

Aprendi há tempos, a respeitar o tempo.

Aprendi a seguir em frente.

Porém tenho me cobrado demais, até me censurado demais, e não gosto disso. Mas é por um único motivo: querer melhorar.

Aprendi, me censurando, a não censurar o outro.

Isso é um processo de condicionamento operante, vi na faculdade! Com o tempo vira hábito.

Aprendi a não perder a paz (melhor lição do ano!).

Entendi que muita coisa eu já sabia, só racionalizei melhor.

Descobri que fico melosa quando o ano está acabando...

Estou satisfeita. Que bom. Gosto de balanços positivos.

Me perguntaram sobre os planos para 2010.

Respondi: continuar vivendo bem comigo e com o mundo.

É, acho que com todos os meus defeitos, consegui fazer a supervisão das minhas qualidades também.

Sei que 2009 teve lá seus momentos difíceis. E quando não os terei? Mas nem foram tão difíceis assim.

Respeite meus dramas!

Aprendi amar a vida há muito tempo, e esse continua sendo meu plano para 2010 e o meu objetivo de sempre: ser feliz!

Estou sempre aprendendo a ser Eu.

...

Um ano novo cheio de esperanças, harmonia, amor e paz!

FELIZ NATAL!