13.2.05

Fake Plastic Trees

Tem horas que tudo na vida soa falso. Tudo aquilo que você acreditava, tudo aquilo que você tinha como verdade, tudo aquilo que você achava que era certo. Amor, amigos, idéias, posições, circunstância, tudo. A culpa é de quem?
De ninguém. Na verdade não eram falsos, porque eram acreditados. Talvez agora o sejam, porque são conhecidos. É muito estranho. A tendência é que, com o passar do tempo, tudo fique mais forte e sólido. É o que se deseja quando se acredita, mas que só acontece quando é de verdade realmente.
Hoje eu acordei me questionando sobre tudo isso. E novamente quis escrever sobre a vida e o que penso de algumas situações. Talvez ninguém me entenda. Heheheeh. Sou confusa! Tudo está sempre mudando, e a minha cabeça, tentando acompanhar esse processo.
Pensar...
Bem, isso tem seu lado positivo e seu lado negativo, é claro. Como tudo no mundo. O positivo está principalmente na possibilidade de mudanças. O fato de que na vida sempre acontecem coisas incríveis e que cada momento pode ser transformado em brilho. É incrível como algumas pessoas conseguem ver e sentir as coisas de diferentes formas. Isso me faz ter a certeza de que os sonhos podem ser alcançados sempre. E eu estou sempre sonhando. Romântica... =} Alguém me fez ver o quanto eu sou romântica com a vida. E eu já amo essa pessoa só por isso.
O lado negativo é que, outras coisas vão sendo vista com menor intensidade de valor e adquirem (ou não) outras prioridades. E isso dói! Muito! Dói porque dói mudar. Dói quando você começa a ver as coisas com olhos mais desconfiados. Dói quando você já não tem tanta certeza sobre o caráter daquela pessoa para quem você abriu as portas da sua casa. Dói quando você percebe que o emprego que você tem, não é mais aquele que você sonhou. Dói quando você descobre que não conhece a pessoa que você mais achava que conhecia. Dói quando seu melhor amigo lhe falta, e você só precisava segurar sua mão, assim como ele fez com a sua quando estava num momento não tão bom. Dói quando você descobre que a pessoa que você mais amava (ou achava que amava) não é aquela que chega junto e, na verdade, ela pertence a um mundo diferente e muito mais glamuroso que o que você deseja e vive (e tudo aquilo que você planejou quando estavam unidos, virou uma simples bola de sabão, porque suas felicidades não possuem a mesma base, como você acreditava que era). E quando tudo aquilo que o outro desprezava, agora se torna comum na vida dele porque você já não está perto? Dói quando algo deixa de ser especial. Dói quando sua família pergunta por aquele alguém que compartilhava a sua cama e você tem vergonha de dizer que não quer mais ver e não sente falta dessa pessoa, mesmo sabendo que ela foi, e é, importante pra você. Ah, vários exemplos de dor...
Mas de repente algo acontece e você se pergunta: será que vale a pena? Vale gastar sua energia com isso tudo? Hehehehe. E aí você descobre que sentir dor é legal. Porque quando você fica consciente das coisas a mágoa deixa de existir, a dor passa, tudo se renova, e você se torna aberto para novas coisas, novos ciclos e uma nova vida! De repente um simples momento faz você ver que estava lutando por coisas que acreditava, mas que na verdade, eram de papel. E a chuva derreteu. Outras eram de plástico, continuam ali, esperando 100 anos para a reciclagem, porque renovar é muito complicado. Remar contra a maré... Isso é louco, choca, mas é bom. Faz crescer. E como dói...
E então você chega num beco sem saída: ou muda, ou continua na vida medíocre que a maioria das pessoas acreditam verdadeira. Mudar não é nada fácil. Mas empurrar as coisas com a barriga tendo consciência do que está fazendo, é mil vezes mais difícil e depressivo.
Drogas... melhor não experimentar. Assim é a vida real! Às vezes é melhor não querer conhecê-la. Heheheheehe. Mais loucuras da minha cabeça maluquinha? Nahhhh, nunca me senti tão lúcida! Eu não quero ser mais sábia que ninguém, e não sou. Adoro aprender, e busco isso. São apenas as minhas viagens. Meu blog foi feito pra isso. É o que sinto.
Eu luto pelo que acredito. E eu não acredito em somente aquilo que é belo. Se há exatamente um ano atrás eu não larguei tudo e sumi, foi porque tive dúvidas. Pode crer! E não tenho o menor arrependimento de não ter ido. Pelo contrário. Sabia que havia de lutar pelas coisas que eu acreditava aqui, eram mais importantes pra mim. Eu vivi e vivo contos de fadas! Sei que sou racional até demais. Mas sei aproveitar o momento sem precisar ir de encontro a minha natureza. E talvez por isso, tudo seja tão especial. E surpreendentemente eu sou mais emotiva que racional! Mas isso é só pra quem me conhece de verdade.
Então eu fiquei... e mais uma vez lutei por outras coisas, porque tinha de fazer isso... amigos, amores, trabalhos, posições, idéias. Sem arrependimentos novamente!
Sobre elas? Umas estão mais fortes a cada dia. Outras... quem souber me conta! Hehehehehe. É a vida real! Fiz porque achei que era o certo. Acreditava. Achei que eram mais fortes que qualquer ação do tempo. As que permaneceram são as razões pelas quais a vida vale a pena ser vivida em grupo e compartilhada. E outras razões surgiram. Hoje conheço melhor algumas coisas e continuo lutando por outras (as que não me deram motivos para questionamentos e certezas para desistência). E mais uma vez... amigos, amores, situações, pontos-de-vistas. Adoro tudo, é fantástico! É isso. Jamais disse “eu te amo” sem estar realmente sentindo, o que me tira o peso da falsidade das costas.
Não é nada fácil acordar. Até hoje algumas lembranças ainda me fazem sentir melancolia. A culpa é do costume, que faz do homem um ser inerte e “impensante”. A comodidade é muitas vezes relaxante. Não é bom tomar consciência daquilo que pode não ser da forma que se acha que é... ninguém quer sentir essa dor. E por isso a bola de sabão pode ser a melhor morada. E quanto mais ela sobe, mais frágil e arriscada fica. E maior a queda.
Hahahahahahaha, ok, eu posso não estar certa, nem preciso. Já disse, são minhas viagens. Não desejo nada de ruim pra ninguém, apesar de achar tudo isso genial de certa forma. Não estou, não sou e não pretendo nunca ser uma pessoa amarga. Tento não mais guardar certas mágoas (ainda em fase de tentativa, que fique claro). Nada disso é direcionado a ninguém e os exemplos não necessariamente estão acontecendo na minha vida. Estou apenas ouvindo radiohead e me sentindo alegre e introspectiva como as canções de Gonzaguinha. E olha que nem ta dando vontade de cortar os pulsos! Hehehehehehehehehehehehe =D
Pensar nisso tudo me faz bem. Rever e analisar as situações que vivi, também. O mundo plástico me deu belíssimos e inesquecíveis momentos, principalmente quando eu acreditei que ele era real. Nesse momento não me faz falta, apesar de amá-lo do meu jeito. Mais tarde vou ter consciência do que hoje é de plástico. É necessário tempo, só ele mostra. E às vezes eu estou impaciente. Hehehehe. A bola de sabão é eterna. São muitas, de várias cores, tipos e tamanhos, para vários momentos, pessoas, circunstância e ocasiões. Ainda não sei qual é a atual situação que amanhã servirá para mim como referência de desenho animado, com seus traços e personagens. Mas sei que ela virá. É a bola da vez. E eu espero estar preparada para sair dela quando tomar consciência que ela existe. E ela existe. Vai sempre existir. Porque é a vida. E é bonita, é bonita e é bonita!
=)