26.10.04

Eu pago pau pra Los Hermanos. E assumo! Mas pago ainda mais pros meus amigos

Eu sempre disse que não curtia blogs em forma de diário. Minha intenção quando criei esse, era registrar meus pensamentos abstratos e não falar do dia-a-dia, citando nomes e transformando ele numa agenda. Mas tive que rever isso...
Ontem foi um dia muito doido. Fiquei pensando numa conversa que eu tive com a namorada de um amigo meu em relação aos textos desse blog. Isso me deixou confusa. É muito estranho saber que as coisas que eu escrevi (que pra mim não passam de viagens e teorias malucas) causam um certo efeito em alguém. Mas o mais interessante é que, o que ela me falou causou um impacto grande em mim, com sensações variadas que vão desde um senso de responsabilidade pelo que escrevo, até a gratidão por quem entende, passando é claro, pelo medo, pelo susto e pela dúvida. Fiquei preocupada, emocionada e feliz.
Enquanto pensava em tudo isso, continuava ansiosa para ver o show de uma banda que eu adoro. É foda assumir isso, mesmo porque odeio fanatismo e tietagem, além de não me encaixar nesse perfil. Mas eu pago pau pra Los Hermanos! O mais chato é que é quase impossível descrever a sensação que a banda me provoca, sem parecer uma relação de fã exagerada. E não é. Eu só sei que eles são bons. São poetas fantásticos e músicos geniais. Além de tudo isso, tem Amarante, que é vesgo!!! Amo! Eu o acho vesgo e pronto! <3
O show foi lindo, redondo, sem erros. Eu fiquei extasiada, cantei, pulei, vibrei e me emocionei. Também parei do nada e me peguei pensando: será que eles são do jeito que as músicas deles me fazem pensar que eles são??? Não importa. Na verdade não são eles e sim o que representam, que faz a diferença. São pessoas normais e que escrevem belas letras, por isso, passíveis de erros, dificuldades e inseguranças. E realmente são capazes de emocionar. Achei que na hora que fosse tocar “Fingi na hora rir”, eu fosse chorar (hehehe), mas eles não tocaram. Pensei o mesmo quando fosse rolar “Último romance”, mas, apesar de linda, não me fez chorar. Mas no meio do show, quando começou “A outra”, meu olho encheu de água. Eu sempre gostei dessa música, mas só dessa vez ela me fez bambear e eu não entendo o porque. Na verdade eu sei, acho que é porque ela me fez lembrar do amor e eu ganhei um abraço amigo, que me pareceu sincero, por ter feito uma declaração. Demonstração de carinho que a música me proporcionou. Isso fez com que eu me indagasse: será que eles sentem essa sensação de espanto e responsabilidade com o que a música deles pode proporcionar em alguém? Hehehe. Talvez. Eu sei que é mais uma viagem louca, mas ontem eu dormi com um nó na cabeça.
Os gritos do público e o fato da banda estar virando mania me incomodam um pouco. Sei lá, mas tinha muita gente ali que não curte rock, não tem noção do que é uma música bem feita e passam a impressão de terem decorado todo o cd só para gritar as músicas dos novos queridinhos da mídia. Posso até estar falando besteira, mesmo porque, sem dúvida, é genial para a banda ver a casa cheia, independente se estão ali porque gostam ou porque a tv está elogiando. Mas eu sei que o fato deles estarem virando seres idealizados e provocadores de histeria me deixa um pouco chateada. É quase um ciúme, talvez por ter a ousadia de achar que gosto mais que muita gente que estava ali se descabelando. E eu lá, apenas admirando. Hehehehe ridículo, concordo. Mas não importa, são as minhas viagens.
Eu sei é que estava lotado e foi excepcional pra mim, mais uma vez! =D Depois de Los Hermanos começou Scambo. Tipo, a banda mudou pra caramba desde a época que eu vi. Quando entraram no palco com o vocalista performático e suas versões com arranjos indiscutíveis eu vi que a Bahia não dá valor ao que tem. Os caras são rock. É excelente! Eu prefiro o tipo de letra e som que Los Hermanos fazem, mas em termos de profissionalismo, a Scambo não deixa nada a desejar. E sem dúvidas eles passam pra alguém a emoção que Amarante e Camelo (juntamente com a banda, claro) passam pra mim. Resumindo: foi um dinheiro muito bem empregado.
Depois do show fui parar no Rio Vermelho com um casal de amigos que eu amo. Caramba, que coisa louca! Normalmente eu não faria isso... sair de “vela”, mas tive vontade de ir. Paramos no bom e velho Nhô Caldos. E depois de estarmos sentados e com a cerveja a caminho, num estalo, resolveu-se mudar de bar. Fomos para o beco do França e... quem lá estava, sentado com amigos, bebendo e comendo como uma pessoa normal? Quem? Amarante! Lindo! Vesguinho! Aiai (suspiros) <3
Não conseguia manter a concentração em mais nada. Fiquei tensa, roí as unhas, comi amendoins freneticamente, mas não levantei do lugar. Odeio incomodar. E além de tudo, não iria conseguir passar pra ele o que eu acho sem parecer mais uma fã, e isso não me deixaria realizada. Na verdade eu poderia dizer: - oi, adoro o trabalho de vocês, curti o show, foi muito legal! --- Mas, e daí? Isso ele sabe e teve a certeza com o entusiasmo da galera lá.
Na verdade o que eu acho da banda não é nada demais: eles são bons pra caramba, tem letras lindas e que me dizem alguma coisa. Mas o que importa isso? É totalmente sem exageros... Então é sem graça! O fato é que é sincero. E isso sim, pra mim, tem importância. Eu não estava no show porque eles são famosos e sim porque eles me emocionam. Acho isso profundo e importante. Sei lá, tô viajando, mas aquela histeria toda no show me incomodou. =/
Coloquei essas idéias na mesa com meus amigos e isso gerou uma conversa extremamente excitante. Enquanto debatíamos, eu observava as pessoas pedindo autógrafos e tirando fotos com Amarante na mesa da frente. Como será que ele reagiria se ouvisse de alguém que depois de ler com atenção o que ele escreve, passou a gostar mais dele??? Me soa forte demais. Ele já deve ter ouvido, né? Isso engrandece e causa perplexidade para mim. Queria saber a reação dele... mas não, não era o que eu falaria pra ele. Foi apenas um pensamento relembrando a conversa com a namorada do meu amigo.
O papo na mesa ia ficando cada vez mais polêmico e interessante e eu ia ficando cada vez menos distraída com a presença de Amarante ali. Ele foi no banheiro. Opa! Era a hora! Podia parar e falar com ele... mas, o que? Era apenas um cara normal que provavelmente sente vontade de fazer pipi e não iria entender o que eu queria dizer. Então melhor ficar calada e cada vez mais expondo minhas idéias na mesa. Relação fã-ídolo, importâncias de vida, bandas, som, internet, amizade, crítica, gentileza, sensibilidade, convivência, cuidado, foram temas abordados, onde falamos o que achávamos disso tudo com o coração aberto. Talvez eu nunca tenha me exposto tanto numa mesa de bar, e isso me surpreendeu.
Minha cabeça deu um nó! Conversamos muito e foi legal. Eu acreditava que eram meus amigos que estavam ali e isso me tranqüilizava. Me sentia segura até quando o tema da vez era insegurança, dúvidas e medos. Percebi ainda mais que às vezes sou intransigente. Sei que tenho uma personalidade difícil e muitas vezes não dou opiniões porque elas tendem a virar polêmicas (isso inclusive foi comprovado num pedaço de mapa-astral que esse amigo me deu hehehehehe). Mas foi válido, divertido e muito proveitoso. Ah, e foi muito bom falar sobre música também. O mais interessante é que tinham “representantes” de três bandas do rock baiano (hehehehehe). Isso foi engraçado. Falamos de sonhos, oportunidades, do cenário, da Los Canos, Vinil 69, A Grande Abóbora, Los Hermanos, das bandas em geral, do sentimento que todas passam, das emoções, dos integrantes... opa! Cadê Amarante??? Foi embora que eu nem vi... =/ hehehehehe
Caramba... duas e meia da manhã. Era hora de ir pra casa. Eu estava ainda com um nó na cabeça causado por tudo isso, causado pela conversa, causado pelo show, causado pelo meu dia. Mas esse nó já não doía... nem sempre eu tenho as teorias e as idéias prontas. É sempre bom ter algo pra organizar!
=D

1.10.04

Fernanda X Homens...

Esses dias um colega meu me perguntou o que um garoto precisa ter para me conquistar e me levar pro altar. Hauhauhuahuahuah. Pro altar foi foda! Mas confesso que ele me pegou de surpresa. Não estava esperando essa indagação. Respondi o básico: “pra me atrair tem que ser bom-caráter, leal, bem-humorado, ser simpático com as pessoas, bla bla bla. Mas para me levar pro altar precisa ter mais que isso, com certeza”. Eu não soube responder a essa parte naquele momento. E quando cheguei em casa, pensei sobre isso, e, claro, formulei mais uma das minhas teorias! \o/ yeah! Hehehehehe. Então para mim, um relacionamento só funciona quando tem amor, responsabilidade e transformação.
Pra começar, eu acredito que o amor (esse tipo de amor) só existe quando se conhece. E para conhecer, é preciso conviver, caminhar junto e compartilhar. E isso com certeza não é algo que aconteça em um mês ou dois, a não ser em casos atípicos (aí já é uma parada de energia...). As pessoas banalizaram o “eu te amo” de uma tal forma, que ele se tornou “desacreditável”. Pronunciar essa frase tem se tornado um supersimples clichê, afinal, são só três palavrinhas pequenas. É patético. Cada dia mais as pessoas tendem a passar a responsabilidade da sua felicidade pessoal para o outro, simplesmente porque “ama”. É por isso que o mundo está cheio de relacionamentos doentios e crimes passionais.
Para me levar pro altar ou para um relacionamento mais sério apenas (assim é melhor, hehehehe) é preciso estar disposto a me conhecer e, se achar válido, me amar como eu sou. E isso significa acrescentar na minha vida.
Amar significa poder até viver bem sem a pessoa se já não se consegue fazê-la feliz. É deixar o outro livre e aceitar suas escolhas por mais que isso doa. Amar é querer bem, é apoiar, é ser inteligente pra perceber que o outro precisa de um momento sozinho, é aliar-se, é não continuar com alguma coisa quando percebe que está perturbando, é ser parceiro em todas as horas, é ter admiração, é não pronunciar palavras que deprimem e baixam a estima, é ser positivo, é perdoar, é ajudar e incentivar na batalha pelas conquistas, é entender, é ser leal, é estar presente mesmo quando o momento não pede palavras, é ser digno de confiança, é ser grato por também ser amado e muito mais. Para mim, esse é o tipo de amor (que deve ser mútuo), para se construir um relacionamento.
Depois do amor, tem outro ponto fundamental para se levar adiante uma vida a dois: responsabilidade! Ser responsável (nesse caso) é ter respeito, que é um dos alicerces que sustentam qualquer tipo de relação. Ser responsável é ser sensível a ponto de poder responder pelo outro, porque se conhece. É acreditar, é ser recíproco, é entender quando o outro não está num dia legal, é ter consciência de que tem alguém esperando notícias. Ser responsável é cuidar! Quem ama, cuida!
E por fim, transformar, que é ter sabedoria para reciclar algo quando este não está mais dando resultados. É saber ceder e mudar quando realmente é necessário, sem ter aquela teoria medíocre que diz “me-aceite-do-meu-jeito-sou-assim-e-pronto”. Mudar não é vergonha pra quem pensa. Ninguém é perfeito e viver em conjunto requer melhorias pessoais e jogo de cintura sempre. A transformação sugere mudanças e atitudes. Taí, é isso que eu admiro num homem: a atitude! Aquele que sabe resolver os problemas, que sabe conversar, que não tem o infeliz pensamento de que o outro deve adivinhar as coisas, que sabe se fazer presente e indispensável (mesmo no fundo sabendo que não é), que sabe ser delicado, que não fica disputando espaço nem talento, que quando quer dá um jeito!
Uma relação pra mim, se define em soma. Isso porque sei que sou eu a única pessoa capaz de me fazer feliz. Por tudo isso eu sei que ter alguém ao meu lado é uma questão de escolha e não de necessidade. Mas sem dúvida essa “pessoa” tem de corresponder ao que espero. E eu a ele também, para que a vida a dois possa fluir.
Um verdadeiro homem, pra mim, não dá desculpinhas, se vira quando tem que resolver algo, ele busca o que quer, luta, não deixa que se perca a admiração por ele, tem atitude, ou seja, é um homem! Isso serve para mulheres também. Um lutando pelo outro e assim seguirem, construindo juntos uma vida só, porém sem perder a individualidade.
De moleque o mundo está cheio. Um monte de gatinhos legais, gostosinhos, que pra quem curte, são até interessantes pra dar beijo na boca. Bléeee! Eu acho isso tudo tão sem graça muitas vezes... afinal, passei da adolescência. Tem que haver um mínimo de entrosamento.Gosto de coisas e pessoas que valham a pena. E isso me faz acreditar que eu não ando perdendo meu tempo (em se tratando de envolvimentos, porque eu adoro perder tempo conversar fiado no dia-a-dia, com todo mundo).
O relacionamento deve ser tratado com uma pessoa a parte. Tem de estar saudável, feliz. Muitas vezes encontramos a pessoa ideal, mas não conseguimos construir com ela o relacionamento ideal. É normal, e pra mim, nesse caso, é melhor amar a distância. Isso não é sinônimo de sofrimento. Saber amar (e fazê-lo) implica em felicidade. Para amar eu não preciso de reciprocidade, sei amar sozinha. Mas para conviver é necessário o bom e velho “bate-e-volta”, senão a energia não flui.
Infelizmente os exemplos de “homem” que eu conheço ou são muito amigos ou não rolou interesse. Hehehehehe. Mas a vida é isso, uma eterna surpresa, e a cada dia mais pessoas conquistam a minha admiração. Isso me deixa feliz e me faz não perder a esperança de desencalhar um dia! Uhauhauhauhauhauha. Votem em mim!
=D